Esta publicação é referente às aulas de 26 de outubro e 3 de novembro, visto que em ambas foram abordadas cartas internacionais da educação Geográfica, mais concretamente de 1992 e 2016. Antes das cartas foi ainda analisado o artigo "Geographical education is powerfull if..." de Margareth Roberts (2017).
"Geographical education is powerfull if...", é como o próprio nome indica, um conjunto de fatores que podem tornar a educação geográfica uma produtora de conhecimentos poderosos. Na opinião da autora, existem cinco fatores essenciais para tornar a educação geográfica num conhecimento poderoso e estes são: permitir aos alunos fazer a conexão entre o conhecimento espontâneo e o académico; transforma a forma como os estudantes veem o mundo; permite aos estudantes serem conscientes do valor das decisões geográficas a nível local, nacional ou mundial.
Através da educação geográfica deve respeitar aquilo que os alunos já sabem, e cabe aos professores corrigir alguns preconceitos, ou mal-entendidos que poderão interferir com a aprendizagem. As experiências que as crianças desenvolvem são pertinentes para a aprendizagem de alguns conceitos geográficos como lugar, espaço e ambiente. Também por isso deve-se incentivar os estudantes a estar "... atento à geografia humana representada na comida, nas notícias que lês, os filmes vês, e a música que ouves." Devemos, portanto, enquanto professores, ter em consideração o local onde lecionamos, dado que os interesses e experiências dos alunos vão estar relacionadas com o mesmo, os dos estudantes de Beja serão certamente distintos dos de Lisboa, mas em simultâneo não descartar oferecer a esses alunos diferentes perspetivas de abordar a mesma realidade.
A carta internacional da educação geográfica de 1992, está à frente do seu tempo, oferecendo em papel primordial a carta das nações unidas e a declaração universal dos direitos do homem, e aponta ainda como desafios abordados pela educação geográfica a "desigualdades entre os sexos", "alterações climáticas", "poluição atmosférica", "globalização do espaço terrestre", entre outros. Segundo a carta de 1992, os professores de geografia deverão estar empenhados em oferecer a todos, esperança, confiança e competência para os estudantes conseguirem trabalhar em prol de um mundo melhor. Esta afirmação pode revelar-se excessivamente ambiciosa, colocando sobre os professores de geografia uma tarefa heroica de proporcionar "esperança" e "confiança" a todos os seus alunos, quando no máximo o professor consegue criar interesse, e não deve ser nada mais do que isso o seu papel.
Na carta internacional da educação geográfica de 2016, não existem alterações significativas em relação à anterior, talvez por essa já estar tão consciente dos desafios que este séc, XXI iria trazer. De realçar a referência feita nesta carta à necessidade da existência de professores de geografia altamente qualificados em todas as escolas básicas e secundárias, de modo a assegurar uma liderança efetiva na gestão e implementação do currículo da disciplina. Colocar numa escola um professor de geografia, sem este ter a formação adequada cria vários problemas, desvaloriza o esforço de todos aqueles que se esforçaram para adquirir as habilitações necessárias, cria um ambiente de desconfiança entre todas as partes, até do professor, com ele próprio e, mais do que tudo, impossibilita os alunos de ter a experiência mais positiva possível com a educação geográfica. Por mais que um professor sem as qualificações necessárias seja competente, estará sempre aquém daquilo que alguém que esteve dois anos a estudar especificamente para aquele propósito pode oferecer.
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