"Didática", "Savoir pense l'espace" de B. Mérenne-Schoumaker e Níveis de conhecimento




 Dia 9 de novembro teve lugar mais uma aula de didática da Geografia, onde primeiramente o professor Sérgio Claudino comentou os blogues dos alunos. Foi-me recomendado adicionar à minha apresentação, o porquê de ter escolhido ingressar neste mestrado, o que já concretizei. Além disso, foi ainda lançado o trabalho de grupo com a temática das aprendizagens essenciais, onde  cada grupo terá de entrevistar um professor de uma ano letivo específico e analisar dois manuais do mesmo ano, para podermos comentar/criticar estes elementos e tirar as nossas conclusões

Abordámos ainda a etimologia da palavra didática, que está associada a Juan Amós Coménio (1592-1670) bispo protestante que percebeu a necessidade de criar técnicas de ensino dado que o protestantismo era algo recente e queria que as suas ideias chegassem ao maior número possível de pessoas, daí ser necessário o desenvolvimento da didática. A didática torna-se assim a "arte de ensinar tudo a todos" e os catecismos são os primeiros manuais escolares.

A professora catedrática Isabel Alarcão afirma que a didática "estuda a forma como os alunos constroem o conhecimento e o papel do professor e dos auxiliares de ensino nessa construção". Esta definição é útil para distinguirmos a pedagogia da didática, visto que a primeira consiste na criação de grandes perspetivas de ensino, teoria, enquanto a didática interessa-se pela construção de conhecimento, uma abordagem mais prática, de aplicação das metodologias provenientes da pedagogia.

Lemos e discutimos o texto "Savoir pense l'espace" de B. Mérenne-Schoumaker, que aborda muitos dos temas que temos debatido nesta unidade curricular, mais especificamente, o que deve ser a educação geográfica. Afirma que o ensino da geografia está em crise e que o seu objetivo com o presente artigo é despertar para uma renovação conceptual e metodológica do ensino da geografia. Para B. Mérenne-Schoumaker, a geografia referente ao ensino secundário não pode ser apenas uma diluição da geografia universitária, não é um estirador, ou seja, uma universidade em ponto pequeno. A geografia do ensino secundário deve responder à pergunta "O que os alunos precisam de saber para a sua vida?", o objetivo não é formar geógrafos, mas sim, cidadãos educados geograficamente.


Por último, na aula de dia 9 de novembro, foi ainda possível tratar os diferentes níveis de conhecimento. O conhecimento mais simples, ou seja, aquele que requer menos trabalho para ser adquirido é o prático, intuitivo, do "dia a dia", onde o professor tem um papel de animador. A seguir temos o conhecimento documental, disperso, obtido através de documentos fornecidos pela escola/professores, neste caso o professor tem o papel de especialista. Segue-se o conhecimento coerente, integrado, que consiste no confronto entre o que o aluno já sabe (conhecimento intuitivo) com o documental, o professor tem aqui um papel de educador. O mais complexo dos conhecimentos, é o aplicado, dado que de nada serve possuir conhecimento se não se sabe como o utilizar, como fazer com que o que aprendi melhore a minha vida. 


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