Greve nacional de professores

   Esta publicação serve para abordar uma notícia com a qual me deparei recentemente, e considero pertinente para a temática deste blogue. A notícia trata a greve nacional de professores marcada para dia 5 de novembro de 2021. Como futuro professor, é algo que me interessa dado que se trata de uma luta que um dia, o mais breve possível, também será minha. A primeira questão que me ocorre é, quais as razões que levaram a esta greve? Tendo em conta o passado recente da profissão, não é surpreendente que a haja, mas as razões concretas são a diminuta importância atribuída à educação, escolas e professores no Orçamento do Estado. As propostas dos grevistas passam por aumentar a verba atribuída à educação dos 3,5% para os 6% do PIB, medidas com vista ao aumento da atratividade da profissão, combater o excessivo desgaste dos docentes e dar resposta à falta de professores, recuperação do tempo de serviço e a melhoria das condições gerais de trabalho, designadamente nos horários de trabalho.

O meu objetivo com esta notícia não é discutir o Orçamento de Estado, porque não estou até à data habilitado a fazê-lo, mas sim, fazer uma chamada de atenção, talvez mais para mim próprio, das condições da classe profissional onde ambiciono entrar, e como a mesma é apresentada na comunicação social. Através dos temas, congelamento de carreiras, greves, falta de professores, idade daqueles que exercem atualmente a profissão, disciplinas com professores sem habilitações para tal, não é surpresa o desinteresse dos mais jovens nesta profissão. Enquanto a elevada oferta de emprego para um engenheiro é vista como algo positivo, para os professores é sinonimo de escassez de profissionais e não de abundância de vagas. Esta distinção na forma de entregar a notícia deturpa a visão do seu recetor, visto que, na prática, ambas significam o mesmo "existem vagas por ocupar". Ainda assim os resultados diferem, os jovens optam por estudar engenharias porque "há muita oferta de emprego" e não querem ser professores porque "se ninguém quer ser professor, eu também não quero". De mencionar ainda as notícias recorrentes de agressões a professores ou delitos cometidos pelos mesmos, que acaba por denegrir o imaginário coletivo do que é "ser professor" em Portugal. Ao mesmo tempo, os casos de sucesso de professores que conseguem elaborar projetos interessantes com os alunos ou o próprio "professor médio" não têm espaço na comunicação social, o respeito da sociedade ou o reconhecimento por parte do Estado. 

    Segue aqui o link da notícia na íntegra caso estejam interessados: 
https://www.jn.pt/nacional/fenprof-e-fne-convocam-greve-nacional-de-professores-para-5-de-novembro-14238789.html



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